Como funciona a Taxa Selic?

Entenda a influência da taxa básica de juros sobre as suas finanças!

Advertisement

Advertisement

Se você já acompanha o mercado financeiro há algum tempo, ou mesmo se é novo nesse assunto, provavelmente já ouviu falar sobre a taxa Selic. Essa taxa é a responsável por regular os juros no Brasil e, por isso, está presente em diversos aspectos econômicos, e por isso, é essencial que você entenda como ela funciona.

Neste artigo, vamos te explicar tudo o que você precisa saber sobre a taxa Selic!

O que é a Taxa Selic?

Em poucas palavras, a Taxa Selic representa os juros da economia brasileira. Assim, as mudanças aplicadas sobre ela, influenciam diretamente as taxas de juros do país, que vão das taxas de empréstimos às taxas de retorno de certos investimentos.

Outro aspecto interessante sobre essa taxa é que a sua nomenclatura vem de Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, um sistema gerido pelo Banco Central que permite a negociação de títulos públicos federais. Dessa forma, a taxa Selic equivale à média registrada de operações feitas nesse sistema.

Tais operações são, basicamente, empréstimos de curto prazo, com vencimento em apenas um dia, realizados entre as instituições financeiras que possuem títulos públicos federais como garantia.

Assim, a taxa média dessas operações, apuradas diariamente, é chamada de Selic efetiva, visto que o percentual de juros constatado está sendo realmente aplicado ao mercado. Porém, a Selic meta e é mais comum no cotidiano dos brasileiros.

Como funciona a Taxa Selic?

A Selic é um importante aspecto da estratégia econômica brasileira e se baseia em um sistema de metas de inflação. Tal sistema foi criado em 1999, com o objetivo de estabelecer medidas que pudessem regular a inflação de acordo com uma faixa periodicamente fixada pelo Conselho Monetário Nacional, o CMN, composto pelos ministros e o presidente do Banco Central.

Assim, a expectativa era conseguir assegurar a estabilidade da economia, evitando preços descontrolados, que, aliados à perda do poder de compra, já tinham sido experienciados pelos brasileiros há poucas décadas.

A meta de inflação brasileira começou em 8%, com um limite de variação de dois pontos percentuais negativos ou positivos. Ao longo do tempo, essa mesma meta foi diminuída e permaneceu em 4,5% ao ano, estabilidade que durou por quase 15 anos.

Em 2020, a meta era 4% ao ano, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Isso quer dizer, então, que a meta é considerada cumprida se a inflação acumulada no ano ficar na faixa de 2,5% a 5,5%. 

Para manter a inflação nesse nível, o governo controla a quantidade de dinheiro em circulação, visto que a disponibilidade de recursos aumenta a demanda por produtos e serviços que, teoricamente, têm seus preços naturalmente aumentados.

Nesse contexto, a Selic é a ferramenta usada pelo Banco Central para tal controle. Assim, quando os preços sobem e a economia fica aquecida, minando a meta de inflação, a taxa Selic também é elevada.

Isso quer dizer que os juros ficam mais altos e que, consequentemente, o crédito fica mais caro, desestimulando o consumo e, assim, controlando os preços.

Esse mesmo mecanismo é usado quando a inflação está controlada ou abaixo da meta: quando há espaço, a Selic diminui, aquecendo a economia e estimulando o consumo.

Como a Selic impacta o cotidiano dos brasileiros?

Como já explicamos, a Selic exerce influência em diversos aspectos financeiros. Os principais e mais cotidianos deles são:

Crédito

Como a Selic funciona como uma referência para o custo das linhas de crédito em geral, as suas variações impactam diretamente esse serviço. Se a Selic está elevada, por exemplo, a tendência é que os empréstimos e financiamentos fiquem mais caros, o que quer dizer que as instituições credoras cobrem juros mais altos nessas operações. Entretanto, quando a Selic diminui, ocorre o efeito contrário: os juros do crédito ficam mais baratos.

Consumo

O crédito e o consumo estão diretamente ligados: o maior acesso ao primeiro estimula o segundo. Assim, quando os empréstimos e financiamentos ficam mais baratos, há um aumento na demanda por produtos e serviços. Como o contrário também é verídico, quando a Selic está alta, os juros também estão e, consequentemente, o consumo fica desestimulado.

Investimentos

Quando a Selic está elevada, os investimentos de renda fixa são beneficiados, visto que eles oferecem um retorno de acordo com a taxa de juros. Isso acontece, por exemplo, com os títulos públicos do governo federal, os CDBs emitidos pelos bancos e as letras de crédito. Todos esses fundos são mais rentáveis quando a Selic está mais alta. Se ela está baixa, porém, os retornos também diminuem.

Quais tipos de investimento são afetados pela Taxa Selic?

Agora que você já sabe como a Taxa Selic afeta os investimentos, confira quais aplicações são as mais influenciadas por ela:

  • Tesouro Selic: O Tesouro Selic é uma modalidade do Tesouro Direto que tem uma rentabilidade pós-fixada. Isso quer dizer que existe um critério de remuneração pré-definido, mas o percentual exato varia de acordo com a oscilação de uma taxa. Nesse caso, tal oscilação vem da taxa Selic,
  • CDBs a 100% do CDI ou mais: Os CDBs, certificados de depósito bancário, são um tipo de investimento de renda fixa emitido pelos bancos e outras instituições financeiras,
  • Contas digitais remuneradas: Essas aplicações possibilitam rendimentos de até 100% do CDI.

Além desses investimentos, a Taxa Selic também afeta a poupança. Basicamente, o que acontece é o seguinte:

  • Se a taxa Selic estiver acima de 8,5% ao ano: a poupança rende 0,5% sobre o valor depositado + Taxa Referencial,
  • Se a taxa Selic estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano: a poupança rende 70% da Selic + Taxa Referencial.

Dessa forma, sempre que a Selic estiver abaixo de 8,5%, o rendimento da poupança acompanhará a taxa básica de juros. Porém, se a Selic estiver acima desse percentual a poupança rende de forma fixa, 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial.

Afinal, o que é CDI?

“CDI” é a sigla de Certificado de Depósito Interbancário. Esse termo representa uma taxa de juros usada pelos bancos em empréstimos realizados entre eles. 

Basicamente, o Banco Central determina que todo banco deve encerrar o dia com o caixa positivo e, dessa forma, as instituições que precisam de dinheiro para cumprir essa meta, solicitam empréstimos às outras que estão com saldo positivo. Esse empréstimo usa o CDI como taxa de juros.

Por causa disso, qualquer investimento com rendimento de 100% do CDI entregará um valor muito parecido com o da taxa Selic vigente. Isso acontece porque, se a Selic ultrapassasse o CDI, os bancos precisariam emprestar dinheiro ao governo ao invés de outros bancos. Da mesma forma, se a Selic ficasse muito abaixo do CDI, os investimentos não seriam rentáveis.

Qual é o valor da Taxa Selic hoje?

O valor da taxa Selic meta é definido e anunciado pelo Comitê de Política Econômica (Copom), órgão do Banco Central formado pelo seu presidente e por alguns diretores. Assim, essa meta é discutida a cada 45 dias, bem como a sua vigência. Isso significa que a Taxa Selic pode ser muito variável. 

Por isso, você deve sempre se atentar ao seu valor antes de realizar operações influenciadas por ela.

Para acompanhar a Taxa Selic e se manter sempre atualizado, você pode clicar aqui.

E aí, gostou deste artigo? Não se esqueça de compartilhá-lo e de deixar a sua avaliação!