No mundo financeiro, é muito comum se deparar com termos mais técnicos e não entender muito bem o que eles representam, ou como são aplicados. Um bom exemplo disso, é o conceito de “juros compostos”: muitas pessoas ainda não entendem como eles funcionam. Porém, se você é uma dessas pessoas, não se preocupe! Neste artigo vamos te explicar tudo o que você precisa saber sobre os juros compostos.
O que são juros?
Antes de entender mais sobre os juros compostos, é preciso conhecer bem os juros simples.
Os juros simples funcionam como um percentual cobrado sobre o valor de um empréstimo.
Você pode pensar nos juros como uma “compensação” ao credor, uma vez que ele não dispõe do montante “emprestado” para uso.
Assim, esse conceito representa, basicamente, um pagamento pelo empréstimo de dinheiro.
Agora que você já entendeu o que são juros, é hora de se aprofundar nos juros compostos!
O que são juros compostos?
Os juros compostos seguem a mesma lógica dos juros simples, com uma diferença muito característica: no primeiro caso, a taxa extra é cobrada sobre o valor total de forma a considerar os juros simples já acrescidos ao valor do empréstimo. Enquanto isso, os juros simples são calculados somente sobre o valor inicial, uma vez que eles não variam de acordo com o tempo do empréstimo.
Dessa forma, os juros compostos não são nada mais, nada menos, do que juros sobre juros.
Imagine, por exemplo, que você aplicou R$500 em um fundo de investimento que retorna uma taxa de juros compostos de 10%. No primeiro mês, o seu rendimento é calculado sobre o montante inicial, de R$500, apontando um rendimento de R$50. Porém, no segundo mês, o rendimento será calculado sobre um montante de R$550, que é o acréscimo do seu investimento inicial (R$500) à taxa de juros do primeiro mês(R$50).
É muito importante entender esse termo, principalmente se você quer começar a investir.
Onde aparecem os juros compostos?
Os juros compostos aparecem, majoritariamente, no âmbito dos investimentos de renda fixa, como no CDB (certificado de depósito bancário), na LCI (letra de crédito imobiliário), na LCA (Letra de crédito do agronegócio), no Tesouro Direto, na poupança, entre outros.
Assim, é muito interessante incluir investimentos que oferecem rentabilidade em juros compostos à sua cartela, visto que os valores crescem exponencialmente. Porém, fica atento aos empréstimos: não contraia dívidas que operam dessa maneira pelo mesmo motivo!
Como calcular juros compostos?
O cálculo dos juros compostos pode ser feito a partir da seguinte fórmula:
M = C (1+i)^t, onde:
M = rendimento,
C = capital investido,
i = taxa de juros mensal ou anual,
t = tempo de aplicação dos juros em meses ou anos, dependendo da taxa.
Além da fórmula, você pode usar o Excel para calcular os juros compostos. Basta seguir os passos abaixo:
- Coloque os valores da fórmula em células diferentes. Por exemplo, você pode colocar em A1 o valor inicial do investimento, em A2 a taxa de juros e em A3 o prazo,
- Digite, em A5, a seguinte fórmula: A1*(1+(A2/100))^A3,
- Pronto! O resultado apresentará o montante final com a taxa de juros. Depois disso, é só salvar a planilha para que você possa alterá-la sempre que precisar.
Outra forma para realizar esse cálculo, são as calculadoras de juros compostos. Confira as nossas indicações:
Como usar os juros compostos a seu favor?
Como já explicamos acima, os investimentos com rendimento em juros compostos são realmente vantajosos. Por isso, vale a pena adotar essa modalidade. Agora, você vai saber mais sobre a relação desse tipo de juros com os investimentos:
Renda fixa
A renda fixa é uma categoria de investimentos segura e mais previsível. A aplicação dos juros compostos é muito conhecida nesse meio, veja os principais exemplos:
- CDB
O “CDB” significa “certificado de depósito bancário”. Trata-se de um título emitido por uma instituição financeira que atesta que o seu dinheiro foi usado como um empréstimo para outros clientes.
De grosso modo, o banco te paga para que você empreste dinheiro a terceiros.
Vale lembrar que as taxas de juros dos CDBs variam de acordo com a instituição financeira.
- LCI e LCA
Tais siglas, LCI do crédito imobiliário e LCA do agronegócio, representam títulos que, para o investidor, são muito semelhantes, embora sejam destinados a diferentes áreas pelas instituições financeiras.
Além disso, não há incidência de Imposto de Renda sobre esses dois investimentos, o que leva a rentabilidade a um patamar mais interessante. Porém, é comum que o valor mínimo para investimento seja maior.
Outro aspecto importante, é que a liquidez também não costuma ser elevada. Ou seja, se você planeja resgatar o dinheiro antes do prazo, essa pode não ser uma alternativa muito interessante.
- Tesouro Direto
Basicamente, o Tesouro Direto funciona como um título público. Ao adquirir um, você se torna um credor do Tesouro Nacional, ou seja, você empresta ao governo um valor que será devolvido com base em uma rentabilidade e em um prazo pré-definido.
Além disso, o Tesouro Direto é dividido em Tesouro Selic, Tesouro Prefixado e Tesouro IPCA.
O Tesouro Selic tem a sua rentabilidade baseada nas oscilações da taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira. Além dela, existe um acréscimo de um pequeno valor adicional, acordado no momento do investimento.
O Tesouro Prefixado é um investimento cuja rentabilidade anual é estabelecida enquanto você está investindo: no resgate, aquele título renderá exatamente o que foi acordado no momento da compra.
Já o Tesouro IPCA, é uma mistura entre a modalidade prefixada e pós-fixada. A sua rentabilidade varia de acordo com o IPCA (Índice de Preços para o Consumidor Amplo), índice que mede a inflação. Além disso, ele é composto de um rendimento fixo. Ou seja, ao investir, você tem um rendimento prefixado, bem como um rendimento que varia de acordo com a oscilação da inflação.
Como saber se um investimento com juros compostos vale a pena?
Para descobrir se um ativo com juros compostos tem uma rentabilidade satisfatória, você precisa calcular a diferença entre o rendimento obtido e o investimento inicial. Porém, nesse caso, é necessário descontar as taxas, impostos e outros custos referentes ao valor obtido. Esse resultado deve ser dividido pela aplicação inicial.
Depois disso, é preciso descontar o impacto da inflação. Você pode fazer isso usando a seguinte fórmula:
Rentabilidade líquida = (1 + rendimentos) / (1 + inflação) – 1.
Conclusão
Os juros compostos, além de muito presentes no mercado financeiro, podem incrementar a sua vida financeira, em forma de fundos de investimento. Porém, mais uma vez, fique atento à incidência dessa modalidade na contratação de empréstimos!
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