Será que eu ganho bem ou mal? O que pode ser considerado um bom salário?

Será que sabemos lidar com o nosso dinheiro?

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Um dia desses, ao sair do supermercado, enquanto colocava  as compras no porta-malas do carro, um garoto de mais ou menos 16 anos me surpreendeu, oferecendo-me um pacote com livrinhos de palavras cruzadas.

Tive vontade de saber quanto ele ganhava por estar ali naquele estacionamento a oferecer, especialmente aos idosos, sua mercadoria. Mas preferi perguntar ao garoto se ele estava feliz com seu salário e se ele achava que ganhava bem ou mal.

A resposta veio rápida, o jovem me disse que, embora estivesse ali, naquele estacionamento, debaixo de sol e chuva, era feliz sim, pois sentia-se livre. 

Em relação ao salário, o garoto não pôde me responder, uma vez que repassava tudo a mãe, que me pareceu ser a ministra da economia da casa, pois recebia todos os salários, o dela, do outro irmão e do pai para fazer as despesas da casa.

Comprei sua mercadoria e me despedi do garoto.

Ao entrar no carro, me veio uma vontade grande de falar com você sobre esse questionamento que faz parte da vida da gente. E aqui estou. 

Meu nome é Joel, trabalho numa empresa de tecnologia como segurança de informação. E, como a maioria dos brasileiros, já me senti várias vezes frustrado com o meu salário. E você, também sente que poderia ganhar mais?

Raramente ouvimos alguém dizer que está satisfeito com seu salário, não é mesmo? 

Fato é que as pessoas estão sempre insatisfeitas com o salário e sempre acham que ganham menos do que merecem. 

Sabemos lidar com o nosso dinheiro?

A sociedade impele sempre o profissional a conquistar posições de destaque no mercado de trabalho, como ter um bom emprego; alcançar posição de liderança; desfrutar de boa remuneração e poder dizer que a partir deste momento pode viver tranquilo.  

Será?

Há uma frase muito conhecida que diz assim: “você não ganha mal, só não sabe lidar com dinheiro”.

Verdade é que há pessoas que conseguem lidar perfeitamente com seu dinheiro como o  contrário, pessoas que ganham bem, todavia, não estão satisfeitas nem sabem lidar com seus rendimentos.

Entretanto, não são somente os recursos que trazem satisfação, sejam rendimentos escassos ou abundantes, em ambos os casos deve-se preceder a educação financeira.

E digo mais, é preciso que você leve em conta quais são seus parâmetros, o que valoriza e o seu padrão de vida.

De outra forma facilmente cairá em armadilhas, uma delas, talvez a mais fatal, o  endividamento.

Não quero dizer que a responsabilidade em ganhar mal será sempre sua, mas buscar um culpado não minimiza o problema.

Pensemos juntos: quanto você acha que realmente merece ganhar? Quem mais em sua empresa consegue fazer o que você faz?

Sair de sua empresa seria uma opção? Você acha que ganharia mais?  O diretor de outra empresa vai reconhecer seu trabalho e te dar um salário justo?

Muitas vezes o que se está em jogo não é o seu desempenho, tampouco os títulos que possui, mas a contrariedade de permanecer na empresa e receber um salário ainda que não ache justo. 

Em primeiro lugar a meritocracia não é o forte da maioria das empresas, portanto, seria interessante você optar por empresas que promovam e valorizem tal sistema. 

Numa pesquisa realizada pela PwC e pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas – Eaesp-FGV, revela que empresas que mantêm parâmetros como remuneração variável e geração de valor alinhados se destacam também pela meritocracia.  

Em segundo lugar, se você permanece na empresa, porque as demais pagam a mesma coisa, é porque inúmeras funções são desvalorizadas. Infelizmente, somos testemunhas de que sempre ocorre enorme desprestígio de profissões, ainda que para realizá-las exija um esforço tremendo do profissional.  Além disso, existe o ciclo natural de reconhecimento de novas profissões. 

Em outras palavras, há em determinadas épocas uma crescente demanda por novas profissões e, com isso, novos cargos são criados e valorizados em detrimento de outros e, consequentemente, novas profissões ganham espaço.

Todavia essa dinâmica tem características distintas que podem ser evolução de recursos ou novos comportamentos que favorecem outras formas de consumo e, assim, passam a dominar o mercado.

O homem é o lobo do homem?

Thomas Hobbes (1588-1679) autor do clássico Leviatã, foi o responsável por divulgar a célebre frase “O homem é o lobo do homem”. 

A frase original, no entanto, é “homo homini lúpus”, do dramaturgo romano Plautus usada em sua comédia Asinaria, aqui por nós conhecida como  A comédia dos burros.

A frase refere-se a uma alegoria ao dizer que o homem é um animal que ameaça a sua própria espécie. 

Para Thomas Hobbes, o ser humano precisava viver em sociedade e conviver com regras e normas impostas pela mesma sociedade.

Assim como hoje, Hobbes também viveu tempos conturbados, por isso seu pensamento político estar carregado pelas incertezas que marcaram sua época. 

No contexto atual, existe uma crise e o tempo conturbado, especialmente, em razão da pandemia que provocou uma série de mudanças significativas no trabalho e nas profissões. 

A crise sanitária antecipou tendências que seriam implantadas gradativamente, como o home office e a seleção online de profissionais, por exemplo.

O estado de coisas derrubou a economia, provocou sérios impactos na indústria, comércio e serviços, fez a taxa de desempregados subir às alturas, desconfigurando o consumo e o modo de vida das famílias.

Diante de tal instabilidade, aprender a investir e buscar entendimento financeiro é um bom caminho para que você possa lidar melhor com o seu dinheiro.

A busca por melhores salários não está errada e sentir-se às vezes inconformado com o que ganha, faz parte da natureza humana.

A máxima usada por Hobbes pode lhe ajudar a diminuir a tensão e a exigência contínua por melhores salários.

Não se sinta na “obrigação” de ganhar bem, não deposite sua felicidade somente nos seus rendimentos. 

Se quer mudar essa situação, a única maneira de fazer seu dinheiro render e, assim, conquistar seus objetivos financeiros é se educar financeiramente, tomar decisões sensatas de investimentos.

E nunca se esqueça de que tudo deve ser pautado de acordo com o seu salário. 

Bem, meu amigo, minha amiga, compartilho este post com você, porque ele não saiu da minha cabeça desde o meu encontro com o garoto no estacionamento. Espero ter lhe sido útil com a minha mensagem.  Um grande abraço, Joel.

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