Juros Rotativo: não caia nessa cilada

Entenda os perigos dos juros rotativos!

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Há um mito de que o cartão de crédito pode ser o grande inimigo das finanças. Mas será que isso é mesmo verdade?

A realidade é que o cartão de crédito pode ser o melhor amigo do seu bolso. Mas para que isso aconteça, é necessário que o cartão seja usado com responsabilidade.

O que faz com que o cartão de crédito tenha aparência de mau são os juros rotativos e é por isso que você precisa entender como funciona seu cartão antes de usá-lo.

Portanto, continue por aqui para aprender como funciona a dinâmica do juro rotativo e, principalmente, não se enrolar por causa dele.

O que são juros rotativos?

Quando você não paga o total da fatura do cartão de crédito, sofre com a cobrança de multa, certo? Essa taxa é exatamente o juro rotativo.

Para tentar amenizar a situação, algumas pessoas acabam pagando o mínimo da fatura ou até mesmo pagam a fatura total, só que em atraso. E por desconsiderar o juro rotativo, podem acabar enfrentando as maiores dores de cabeça.

Assim, é importante você saber que o cartão de crédito não é parte de sua renda e sim uma forma de empréstimo feita pela instituição financeira e que deverá ser pago no vencimento da fatura.

Caso a fatura fique em aberto por algum tempo após o vencimento ou caso o pagamento realizado seja do valor mínimo, os juros rotativos entram em ação.

Lembre-se de que os juros rotativos podem ser bem altos e comer uma parte considerável de seu orçamento.

Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), 77% das famílias brasileiras possuem dívidas com juros rotativos do cartão de crédito.

Mas afinal de contas, como funciona o juro rotativo?

Em abril de 2017 começou a vigorar uma nova regra para os juros rotativos.

Desde então, agora é possível fazer o pagamento mínimo apenas uma vez. E a partir daí, o banco é obrigado a oferecer uma linha de crédito para parcelar a dívida.

Para que você entenda melhor, antes funcionava assim:

Para não ficar inadimplente, era necessário pagar pelo menos 15% da fatura do cartão de crédito até a data do vencimento. Ou seja, 15% da fatura representa exatamente o valor mínimo.

Essa alternativa era terrível porque a próxima fatura seria cobrada no mês seguinte, com juros rotativos. Se acontecesse de você não conseguir pagar a fatura integral novamente, bastava repetir o pagamento mínimo.

E a fatura do mês seguinte viria com os juros dos dois meses anteriores acumulados.

Dessa forma, o valor a ser pago nunca diminuía e a dívida e as dores de cabeça só aumentavam.

Portanto, com a nova regra é possível realizar o pagamento mínimo somente uma vez.

A nova regra foi criada com o intuito de oferecer aos clientes uma taxa de juro que fosse menos agressiva. Além disso, a ideia também era ajudar as pessoas a não ficarem mais endividadas.

Em qual circunstância o crédito rotativo pode ser cobrado?

O Conselho Monetário Nacional (CMN) exige que os bancos transfiram a dívida para o crédito parcelado, com juros menores.

O Banco Central (BC) é o responsável por divulgar a média mensal do juro rotativo. Se você usa cartão de crédito, é bom acompanhar qual o valor dessa média mensal para se prevenir, em caso de imprevistos.

Em outubro de 2021, por exemplo, a taxa de juros rotativos chegou a 343,55% ao ano. Esse valor é considerado muito alto.

Por esse motivo, o ideal é não usar o crédito rotativo. Do contrário, a dica é: só pague o mínimo da fatura e entre no crédito rotativo se não houver outra alternativa mesmo

Como calcular os juros rotativos?

Para calcular o juro rotativo do cartão, você precisa saber qual o valor mínimo permitido e qual é a taxa de juro cobrada pelo banco.

Essa informação pode ser obtida facilmente na fatura do cartão, no contrato ou ainda, no próprio banco.

De posse dessas informações, veja a seguir o passo a passo que preparamos:

  • Subtraia o valor mínimo do valor total da fatura. O valor encontrado é exatamente aquele que ainda não foi pago e que voltará como rotativo no próximo mês.
  • Multiplique o valor encontrado no passo anterior pela porcentagem referente aos juros. Dessa forma, você encontrará o valor pago em juros.
  • Agora é necessário calcular o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) mensal de 0,38%, e diário de 0,0082%.
  • Por fim, basta somar os valores. O resultado é o que você deverá pagar no próximo mês.

Vamos partir para a prática, para que o entendimento fique ainda mais claro?

Imagine que você gastou R$ 1 mil no cartão e fez pagamento mínimo de R$ 150,00, com juros a 9% ao mês.

Assim, R$ 850,00 é o que ainda falta pagar essa fatura, certo?

Se transformarmos os juros de 9% para a forma decimal, teremos o valor de 0,09%. Você deverá fazer o mesmo com as demais porcentagens.

Confira a tabela a seguir:

OPERAÇÃOCÁLCULOTOTAL
Juro sobre o rotativo850,00 x (1 + 0,09)926,5
IOF mensal850,00 x 0,00383,23
IOF diário para 30 dias850,00 x 0,0000822,09
Valor a pagar na próxima fatura926,50 + 76,50 + 3,23 + 2,09931,82

Para saber os juros do rotativo, basta subtrair R$ 850,00 de R$ 926,50. Teremos então, R$ 76,50 em juros.

O valor de R$ 9321,82 é o que deverá ser pago no próximo mês.

Se não for pago, o banco deverá oferecer o parcelamento de crédito.

Qual o limite dos juros rotativos?

É importante que você saiba o que é o limite do rotativo também.

O limite do rotativo é o tipo de crédito oferecido quando o cliente não faz o pagamento total da fatura, até a data de vencimento.

Já o rotativo acontece quando você paga qualquer quantia abaixo do valor total da fatura.

Dessa forma, o restante virá cobrado na próxima fatura, corrigidos com os juros que podem chegar a 15% ao mês.

Quais são as dicas para não cair nos juros rotativos?

No início deste artigo dissemos que o cartão de crédito pode ser um excelente aliado, e pode mesmo. Mas para que isso aconteça, o cartão precisa ser usado com bastante responsabilidade.

Por isso, preparamos algumas dicas para que você não caia no rotativo. Confira:

  • Planejamento: Fazer um planejamento financeiro é o segredo de ouro. Isso porque é por meio do planejamento que você consegue se programar e prever até mesmo alguns gastos imprevistos.

Lembre-se de que a opção crédito nem sempre é a melhor. Por isso mesmo, deve ser mais analisada antes de ser usada.

  • Controle Financeiro: Seja extremamente organizado quanto aos gastos mensais e quanto ao uso do cartão de crédito. Saiba quais são suas despesas mensais, saiba qual o limite do seu cartão e principalmente, qual valor poderá gastar neste cartão e que poderá ser pago tranquilamente quando a fatura chegar.
  • Cuidado com parcelamentos no cartão: Ao mesmo tempo que o parcelamento evita o pagamento de um valor muito alto em uma única fatura, ele também garante maior tempo de comprometimento do seu orçamento. Portanto, faça o possível para evitar o parcelamento, principalmente se nessa opção tiver cobrança de juros.
  • Atenção à data de vencimento da fatura: Faça o possível para pagar as faturas em valor integral e até a data de vencimento. Lembre-se de que ao ultrapassar a data de vencimento, a próxima fatura já terá cobrança de multas.
  • Saiba quais as taxas cobradas pelo banco: Certifique-se junto ao seu banco sobre os valores das taxas referentes ao cartão de crédito, principalmente, do juro rotativo. Isso te ajudará até mesmo a se programar melhor, caso caia no juro rotativo.

Caí no juros rotativo do cartão de crédito, e agora?

Se você já caiu no rotativo do cartão e agora deseja se livrar das dívidas, fique tranquilo, pois ainda há solução. Veja:

  • Saiba o valor total da sua dívida: O primeiro passo é entrar em contato com o seu banco para saber qual o CET, o Custo Efetivo Total da dívida. Aproveite para verificar se há outras contas em atraso e faça um levantamento de quanto precisa para se livrar dessas dívidas.
  • Analise sua vida financeira: Após descobrir quanto precisa para se livrar das dívidas, é hora de descobrir como fazer seu dinheiro render mais. Portanto, veja quais são seus gastos fixos e variáveis, e analise se todos eles são importantes. Pode ser que entre os gastos exista algum que possa ser reduzido ou até mesmo eliminado.
  • Faça contato com o banco: Depois de saber o valor da dívida e quanto é possível comprometer mensalmente o seu orçamento para pagamento da mesma, é hora de entrar em contato com o banco ou emissora do cartão para verificar as possibilidades de negociação. Mas atenção: avalie a proposta com cautela e se for preciso, diga que vai analisar melhor e entre em contato em um outro momento. Não aceite qualquer proposta.
  • Evite novos parcelamentos: Enquanto estiver com a renda comprometida com o pagamento do rotativo, não faça novas compras parceladas.
  • Portabilidade de crédito: Caso a proposta de seu banco não seja a mais atraente ou não caiba em seu bolso no momento, existe a possibilidade de realizar a portabilidade de crédito. Para isso, você só precisa encontrar uma instituição financeira que ofereça taxas melhores que as do seu banco. Para saber mais sobre isso, leia aqui.

Independentemente de qual seja a sua escolha, nunca comprometa mais de 30% do seu orçamento com o pagamento de dívidas.

Você ainda tem dúvidas sobre os juros rotativos? Escreva pra gente.

Aproveite para colocar todas as dicas em prática e otimizar sua vida financeira, sempre com um bom planejamento.

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Até breve!