Os fundos de investimento são, com certeza, um aspecto muito importante no ramo das aplicações: além de diversificados, eles contam com uma alta aceitação entre os diferentes perfis de investidores.
Além disso, de acordo com a Anbima, Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, tais fundos somaram, em 2019, um patrimônio de R$5,2 trilhões. Se você quer saber mais sobre esse assunto, continue a leitura deste artigo!
O que são fundos de investimento?
Os fundos de investimento são, basicamente, uma ferramenta que reúne diferentes investidores. Dessa forma, recursos de diferentes pessoas são aplicados conjuntamente no mercado financeiro e de capitais. Depois disso, os rendimentos provenientes dessa aplicação são divididos entre os contribuintes, de maneira proporcional aos depósitos de cada um.
Assim, o patrimônio do fundo é formado pela soma do dinheiro dos participantes e a sua aplicação é realizada por uma instituição ou por um profissional. Vale destacar que a valorização, ou desvalorização, das cotas de um fundo depende do sucesso do investimento.
Quais são as vantagens dos fundos de investimento?
Os aspectos que fazem com que os fundos de investimento sejam boas opções são, principalmente:
- Gestão dos recursos realizada por um profissional especializado,
- Diversificação da carteira de investimentos sem que haja necessidade de aplicar muito dinheiro,
- Acesso a diferentes aplicações, que não seriam disponibilizadas em outros contextos,
- Alguns fundos permitem a portabilidade: você pode migrar os seus recursos caso não esteja satisfeito.
Como funcionam os fundos de investimento?
Os fundos de investimento seguem uma lógica de fácil entendimento, composta por diferentes aspectos. Os principais deles são:
Composição da carteira e classificação
Os fundos de investimento podem ser aplicados em diferentes tipos de ativos.
Porém, para garantir a segurança dos investidores, são adotadas regras gerais sobre a concentração das aplicações, no que tange à sua classificação.
Uma dessas regras estabelece um limite de aplicação por emissor de papéis. Isso quer dizer que, caso um fundo deseje investir em ativos emitidos por uma mesma instituição financeira, apenas 20% do patrimônio pode ser destinado a essa operação.
Já para aplicações em empresas de capital aberto e em outros fundos, o limite é de 10% do patrimônio, e de 5% para os demais emissores.
Vale lembrar que não há limite para títulos públicos federais.
Tendo em vista que existe uma enorme quantidade de combinações de investimentos possíveis, os fundos são classificados de acordo com a composição de suas carteiras, bem como os fatores de risco envolvidos.
Cotas
As cotas são a divisão do patrimônio dos fundos: ao aplicar em um fundo, o investidor adquire cotas dele. Imagine, por exemplo, que você vai investir em um fundo cujas cotas valem R$10 cada. Se você aplicar R$10 mil no mesmo fundo, você obterá mil cotas.
Além disso, as cotas também são usadas para calcular o retorno ao investidor, visto que os rendimentos são repassados proporcionalmente à quantidade de cotas adquiridas por cada um dos colaboradores.
Taxa de administração e de performance
As instituições responsáveis pela aplicação são remuneradas por meio de uma taxa cobrada aos investidores. Assim, ao escolher uma carteira de investimento, você precisa considerar e analisar bem esses valores, visto que eles impactam diretamente o retorno.
Mesmo assim, é importante que você saiba que a taxa de administração é cobrada em todos os fundos, visto que ela é repassada aos encarregados pela administração e gestão do investimento.
Essa taxa é apresentada como um percentual anual que, geralmente, varia entre 0,5% e 4% ao ano. Porém, a cobrança não é feita de uma vez só: ela é gradual e proporcional.
A taxa de performance, porém, é baseada no resultado da aplicação. Ela funciona como uma espécie de bônus cobrado pelo administrador, caso ele tenha conseguido entregar aos investidores uma rentabilidade superior à esperada.
Tributação e Come-cotas
Além das taxas de administração, os contribuintes devem pagar impostos. Os principais são o Imposto de Renda e o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
O Imposto de Renda é aplicado sob a rentabilidade do fundo. Imagine que uma carteira rendeu 10% durante um ano. A alíquota da tributação será, então, baseada nesse valor. Dessa forma, os fundos são divididos em três categorias:
- Fundos de longo prazo: papéis com vencimento em mais de 365 dias, em média
- Fundos de curto prazo: papéis com vencimento em menos de 365 dias, em média
- Fundos de ações.
O Imposto de Renda incide nos fundos de curto e longo prazo de forma regressiva: quanto mais tempo você mantém o dinheiro aplicado, menos você deverá pagar. Confira as tabelas das alíquotas:
Fundos de investimento de Curto Prazo
Até 180 dias de aplicação | 22,5% |
Acima de 180 dias de aplicação | 20% |
Fundos de investimento de Longo Prazo
Até 180 dias de aplicação | 22,5% |
De 180 a 360 dias de aplicação | 20% |
De 361 a 720 dias de aplicação | 17,5% |
Acima de 720 dias de aplicação | 15% |
Além disso, a cobrança do IR é semestral: duas vezes por ano, no último dia útil dos meses de maio e novembro, os administradores calculam quanto os investidores devem de imposto.
Esse cálculo considera a menor alíquota aplicada em cada categoria e, para o pagamento, são recolhidas cotas do fundo – por isso, esse sistema é conhecido como “come-cotas”.
Já o IOF é cobrado apenas durante os resgates feitos em um período inferior a 30 dias a partir da aplicação. A alíquota pode variar de 96% a 0%, dependendo do prazo.
Agora que você já sabe como funcionam os fundos de investimento, é hora de conhecer os seus diferentes tipos:
Quais são os tipos de Fundos de Investimento?
Os fundos de investimento são categorizados de diferentes maneiras, para que o investidor escolha com mais segurança. Os principais tipos são:
Fundo cambial e de ouro
Os fundos cambiais são aqueles que investem acima de 80% do patrimônio em ativos que sejam relacionados a outras moedas. Os mais populares são os fundos cambiais em dólar, os quais acompanham a cotação da moeda americana.
Esse tipo de investimento é recomendado para quem deseja se proteger das variações cambiais.
Fundo de ações
Tratam-se de fundos que investem ao menos 67% do patrimônio em ações negociadas em mercado de bolsa ou balcão organizado. Essa categoria é recomendada para investidores com objetivos a longo prazo, uma vez que está muito exposta a riscos.
Fundo de Renda Fixa
Os fundos de renda fixa são aqueles que aplicam pelo menos 80% dos seus recursos em renda fixa. Dessa forma, o principal fator de risco é a variação da taxa de juros ou de índices de preços.
Fundo de Previdência
Os investidores que optam por essa categoria são aqueles que possuem planos de previdência (também conhecidos pelas siglas PGBL e VGBL). Esses fundos envolvem alguns benefícios tributários, que têm como objetivo estimular as pessoas a economizarem dinheiro a longo prazo, especialmente para a aposentadoria.
Fundo Imobiliário
Esse tipo de fundo direciona os seus recursos a fundos fechados, cujo rendimento é isento de Imposto de Renda.
A principal característica desse fundo é a possibilidade de que os investidores apliquem em empreendimentos imobiliários, sem que haja a necessidade de comprá-los.
Fundos Mútuos de Privatização (FMP)
Trata-se de fundos de investimento que destinam seus recursos a ações de empresas estatais em processo de desestatização, cujos aportes são realizados com recursos do FGTS.
Ficou interessado? Confira abaixo algumas dicas para pôr em ação o que você já aprendeu!
Como escolher um fundo de investimento?
Se você já quer começar a investir em um fundo, você deve ficar atento aos seguintes aspectos, para escolhê-lo:
- Lâmina: o primeiro passo para começar a aplicar é conhecer as informações essenciais das carteiras que te interessam. A lâmina é um documento que simplifica esses dados, tanto acerca do regulamento, quanto do prospecto dos fundos. Com ela, você pode obter informações como a rentabilidade dos últimos cinco anos, a composição da carteira, as taxas cobradas e o nível de risco do fundo. A lâmina é atualizada mensalmente e conta com informações representadas em gráficos e tabelas.
- Perfil e risco: outro aspecto muito importante a verificar é, justamente, o seu perfil de investidor. Antes de aplicar o seu dinheiro, você deve conhecer a sua tolerância aos riscos. Dessa forma, você pode avaliar se o fundo é realmente compatível com você, enquanto investidor, e com os seus objetivos.
- Benchmark: trata-se de uma espécie de régua que mede a performance de uma carteira. Um exemplo, são os fundos e ações, que têm como parâmetro de referência – benchmark – o Ibovespa.
- Resgate e Liquidez: fique atento aos prazos de resgate das cotas! Eles devem estar descritos no regulamento do fundo.
- Taxas: como já explicamos acima, as taxas têm impacto na rentabilidade líquida obtida pelo investidor. Por isso, esse ponto é crucial na escolha da aplicação.
Além desses aspectos, você também deve estar ciente de que os fundos de investimento também estão sujeitos a riscos!
Quais são os riscos dos fundos de investimento?
Os principais riscos envolvidos nas aplicações de fundos de investimento são:
- Chance de calote,
- Risco de mercado (quando o desempenho do ativo fica abaixo do esperado),
- Risco de liquidez (quando o gestor não é bem sucedido ao liquidar uma operação incluída na carteira sem redução de valor).
Qual é o passo a passo para começar a aplicar em fundos de investimento?
Se você gostou da proposta dos fundos de investimento, siga o passo a passo para começar a aplicar:
- Conheça o seu perfil de investidor e estabeleça suas metas,
- Procure corretoras de valores e outras instituições financeiras que distribuem fundos,
- Priorize as opções compatíveis com o seu perfil,
- Conheça a política de investimento do fundo,
- Verifique o histórico de desempenho do fundo e do gestor encarregado,
- Analise os valores e as condições,
- Identifique as condições de resgate,
- Esteja ciente dos níveis de risco do fundo,
- Conheça as tributações às quais a aplicação está sujeita.
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