Gerenciar as finanças pessoais pode ser uma jornada complexa, especialmente quando se trata da dinâmica em um relacionamento. Integrar as despesas e os planos em conjunto adiciona camadas extras de desafio. Quando essa área do relacionamento está instável, é comum surgir o fenômeno conhecido como “infidelidade financeira”.
Esconder gastos ou formar uma reserva financeira sem o conhecimento do parceiro são exemplos dessa infidelidade. Tais atitudes têm o poder de abalar profundamente a relação, podendo até ser motivo para uma separação.
De acordo com um estudo realizado pela CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas), em conjunto com o SPC Brasil e o Banco Central, 46% dos casais enfrentam conflitos financeiros, sendo os gastos excessivos um dos principais motivos para esses desentendimentos.
Essa estatística evidencia a complexidade desse campo e a necessidade de um cuidado meticuloso para preservar a estabilidade do relacionamento.
Neste artigo, veremos mais detalhadamente o conceito de infidelidade financeira, os problemas decorrentes e estratégias para evitá-la.
Acompanhe para saber mais e boa leitura!
O que é infidelidade financeira?
A infidelidade financeira surge quando um dos parceiros oculta informações financeiras do outro. Isso pode ocorrer de duas maneiras distintas: por meio de gastos excessivos ou ao formar uma reserva financeira sem o conhecimento do parceiro.
O casamento representa um contrato de confiança, a união de duas pessoas em prol da construção de uma família, independentemente da presença de filhos. Quando a infidelidade financeira acontece, essa base de confiança sofre abalos significativos.
Essencialmente, a promessa de confiança mútua é quebrada. Não é incomum que um dos parceiros descubra, tarde demais, a existência de uma dívida monumental que nunca foi compartilhada, impactando drasticamente toda a família.
Também é comum encontrar situações em que alguém considere o parceiro gastador demais e, por isso, mantenha uma reserva financeira escondida, como uma forma de garantir uma espécie de colchão de segurança.
Embora essa atitude possa parecer sensata, na verdade é um sinal de que a questão não está sendo abordada como deveria: por meio de diálogo e um pacto transparente entre os parceiros.
A infidelidade financeira pode abalar seu casamento
Existem diversas abordagens para gerenciar as finanças familiares, e não há um método universalmente correto. O que realmente importa é encontrar a estratégia que melhor se adeque aos perfis individuais e ao acordo estabelecido por cada casal.
Alguns preferem unificar todas as contas, enquanto outros casais optam por designar quem cobre as despesas. Há também aqueles que mantêm contas separadas e uma conjunta, destinada especificamente para as despesas domésticas e familiares.
Os problemas emergem em dois cenários: primeiro, quando o combinado não é respeitado e, consequentemente, surgem desvios no uso do dinheiro familiar.
Existem exemplos claros disso: alguém que mente sobre o custo de um determinado item ou mantém um cartão de crédito escondido. De acordo com a pesquisa da CNDL, 30% das pessoas não comunicam ao cônjuge todos os gastos efetuados.
Por outro lado, há casos em que os membros começam a transferir propriedades da família para terceiros, a criar reservas financeiras secretas ou a considerar proteção patrimonial com contas no exterior.
Enquanto o primeiro grupo demonstra sinais de descontrole financeiro e comportamento compulsivo nas compras, os últimos podem indicar uma preparação para uma separação, nem sempre sob os termos mais equitativos.
O desfecho disso tudo é uma atmosfera de desconfiança, conflitos, distanciamento e, em algumas situações, uma separação dolorosa e hostil.
Como evitar a infidelidade financeira?
Primeiramente, é fundamental estabelecer uma comunicação aberta para reconstruir a confiança mútua. Embora esse passo seja crucial, sozinho, não resolve completamente a questão. É vital que todos sejam transparentes sobre sua situação financeira e demonstrem disposição genuína para mudar. Sem isso, a conversa perde o propósito.
Em seguida, é importante fazer um levantamento detalhado das finanças familiares. Registrem todas as receitas e despesas em uma planilha.
Se houver dívidas pendentes, como faturas atrasadas do cartão de crédito, saldo no cheque especial ou empréstimos pessoais, é crucial documentar tudo. Isso inclui até mesmo possíveis reservas financeiras ocultas.
Caso o casal esteja endividado, o passo inicial é criar um plano para quitar essas dívidas, que pode envolver redução de gastos, busca por fontes adicionais de renda ou uma combinação de ambas as estratégias.
Um conselho valioso: não hesitem em ajustar o padrão de vida. Embora possa ser desafiador no início, a sensação de alívio ao equilibrar as finanças e direcioná-las para um caminho saudável compensa o sacrifício.
Se não houver dívidas e as contas estiverem em ordem, é uma ótima oportunidade para planejar em conjunto os objetivos familiares e traçar o caminho para alcançá-los.
Além de ser benéfico para o orçamento, planejar juntos fortalece o vínculo do casal. Por exemplo, estabelecer uma meta de economia para um determinado período pode ser uma experiência enriquecedora.
A busca por mais conhecimento sobre finanças certamente ajuda o casal a gerenciar melhor suas finanças. Existem diversos cursos gratuitos sobre finanças pessoais disponíveis na internet para aqueles que desejam aprimorar seus conhecimentos sobre o tema.
A terapia financeira funciona?
O dinheiro é um assunto que provoca profundas reações nas pessoas, a ponto de existirem muitos profissionais da psicologia dedicados exclusivamente a esse tema.
Quando surge dificuldade em alcançar um consenso entre o casal ou em manter o que foi acordado, a terapia financeira surge como uma possibilidade.
A terapia pode oferecer insights sobre a dinâmica do casal, identificar os obstáculos que interferem em uma relação saudável com as finanças familiares e sugerir maneiras de superar esses desafios.
Embora possa parecer um tema simples, não é. Há um campo das finanças que estuda o comportamento das pessoas em relação ao dinheiro, conhecido como finanças comportamentais.
Agora você compreende o que é infidelidade financeira e como ela pode prejudicar um relacionamento. Mais importante ainda, sabe que é possível enfrentá-la e superá-la.
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Até o próximo artigo!