O que é economia?
A economia pode ser primeiro exemplificada, ao mostrar que a sociedade é formada por indivíduos que têm necessidades de consumo relacionadas à alimentação, ao vestuário, a medicamentos, ao lazer, à saúde, dentre muitas outras.
Se se consideramos que essas necessidades são ilimitadas, que diariamente o consumo de bens e serviços torna-se condição sine qua nom de vida saudável, próspera e confortável, pode-se entender quais são as prioridades de uma sociedade.
Nesse sentido, as empresas e as indústrias produzem bens e prestam serviços que, consequentemente, são comprados e consumidos.
Trata-se de ciclo econômico no qual as pessoas são chamadas de consumidoras.
Em outras palavras, a economia é a forma pela qual se administra os recursos disponíveis, com a intenção de produzir bens e serviços e distribuí-los, a fim de que a população, de maneira geral, os consuma.
É preciso ter uma boa interação entre oferta e demanda por bens e serviços como determina o Banco Central.
Além disso, para haver um bom funcionamento da economia, é preciso que os bancos, o governo, as famílias e as empresas desempenhem seus papeis, por meio da realização de transações econômicas, trocando dinheiro ou crédito por bens, serviços ou ativos financeiros.
Etimologicamente, a palavra “economia” vem dos termos gregos oikós, que quer dizer ‘casa’ e nomos, que quer dizer ‘norma, lei’.
O contexto econômico
Desde a descoberta do Brasil, até os dias de hoje, a economia brasileira é diversificada devido ao tamanho do país. Todavia, a base econômica é a exploração dos recursos naturais, o que faz do Brasil ser um grande exportador de commodities.
Pode-se dizer que há uma trajetória da economia do Brasil que ocorreu por meio de ciclos econômicos.
- O Ciclo do Pau-Brasil: o primeiro mercado a ser explorado por Portugal, ao longo do século XVI até o século XIX, em nosso território foi o pau-brasil – árvore nativa da Mata Atlântica, encontrada em grande abundância no litoral brasileiro. Importante ressaltar que a espécie foi tão explorada pelos portugueses, que quase chegou à extinção. Somente no século passado que foi recuperada. Logo após, devido ao esgotamento e quase extermínio da oferta de pau-brasil, os portugueses passaram a explorar, aqui no nosso país, a cana-de-açúcar.
- O Ciclo da cana-de-açúcar: com início no ano de 1530 até 1700, foi a atividade econômica forte, consistente e de grande valor do Brasil Colônia, com impacto significativo na economia. Haja vista a grandeza das fazendas de engenho, do mesmo modo o poder que os donos dos engenhos alcançaram.
- O Ciclo do Ouro: após o declínio da atividade canavieira, no início do século XVIII, aconteceu a busca por pedras e metais preciosos, iniciando assim o ciclo do ouro nas regiões do Paraná, Goiás, Mato Grosso. Mas foi em Minas Gerais que a exploração foi maior. De fato, foi um período que durou pouco menos de 100 anos, sendo uma das atividades econômicas mais lucrativa do Brasil colonial que foi finalizada no fim do mesmo século, com o esgotamento das minas.
- O Ciclo do Café: no início do século XIX o café torna-se responsável pelo impulso da economia brasileira. O ciclo do café foi marcado por um intenso desenvolvimento do Brasil e deu início a expansão de estradas de ferro, a industrialização e o aparecimento de imigrantes europeus e, em São Paulo, a maioria de italianos
Chegando à nossa história mais recente, a economia e a industrialização brasileira se sobressaíram devido ao incentivo do governo de Getúlio Vargas na siderurgia e petroquímica.
Em seguida, o presidente Juscelino Kubitschek cria o Plano de Metas com o seguinte lema: ‘cinquenta anos em cinco’. Uma das principais realização deste período foi a criação da indústria automobilística que produziu veículos genuinamente nacionais, por meio de incentivos fiscais.
Nesse diapasão, grandes obras foram realizadas no Brasil, algumas prosperaram, outras, infelizmente, foi perda de dinheiro público, primeiro por serem caras, segundo, em razão de seu custeio, foi preciso fazer empréstimos a juros variáveis, ou seja, juros que mudam ao longo da duração da obrigação da dívida. Com isso, a inflação atingiu 18% ao ano e, consequentemente, o desemprego cresceu no país.
Ao chegar na década de 1980, o Brasil teve de se adaptar aos novos modelos de economia mundial, especialmente, em relação à tecnologia e seus desdobramentos financeiros.
Nessa mesma época, surgem os planos econômicos nos quais o país lançou mão na tentativa de desvalorizar a moeda para conter a inflação.
Num período de 10 anos, o Brasil passou por planos e moedas diferentes.
A saber:
- o Cruzeiro, de 1984 a 1986,
- o Cruzado, de 1986 a 1989,
- o Cruzado Novo, de 1989 a 1990,
- o Cruzeiro, de 1990 a 1993,
- o Cruzeiro Real, de 1993 a 1994, e o Real, até nossos dias.
Os planos foram três, a saber:
- Plano Cruzado,
- Plano Collor, e
- Plano Real.
Quais são as perspectivas econômicas em ano de eleição?
Muito se espera, muito se diz e muita se especula em tempos de eleição.
E, como estamos num meio deste processo, naturalmente, surgem muitas dúvidas.
A começar pela inflação elevada, o desemprego, gastos com a alimentação, educação e saúde, além de outras variantes como saneamento, habitação e transporte.
Esses são os maiores problemas econômicos que afligem as pessoas de maneira geral.
O aumento dos preços está aí a olhos vistos e é sentido pela população não é de hoje.
Contudo, é interessante pontuar que, a partir deste mês de agosto, o Governo Federal dará início ao pagamento dos benefícios que foram aprovados na PEC dos Auxílios.
Se, por um lado, a entrada de cerca de R$42 bilhões poderá beneficiar o crescimento do país em curto prazo, de outro lado, pode acontecer uma piora no cenário inflacionário brasileiro.
Há ainda economistas que acreditam que a entrada desses 42 bilhões na economia brasileira pode ocasionar alta no IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que é a medida da variação de preços de uma cesta de produtos e serviços que é consumida pela população.
Mas vejamos como estão os principais pontos da economia neste meio de ano eleitoral.
PIB
As previsões para o Produto Interno Bruto PIB, conforme o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, pode ocorrer crescimento. O Ipea divulgou, em junho de 2022, a “Visão Geral da Conjuntura”. Isso quer dizer uma análise trimestral da economia brasileira. Desse modo, a previsão é de crescimento de 1,8% para o PIB em 2022.
Essa projeção do PIB é bastante interessantes. Muitas vezes a expectativa que se cria no início do ano nunca é a mesma do final, mas, em relação a este ano está acontecendo o contrário.
Segundo o Investnews, nas últimas semanas, as previsões do mercado chegaram a subir 700%, indo de uma alta 0,2% previstos antes para 1,4% em 2022. Na média, ficaram 500% maiores, com o PIB crescendo um ponto percentual. Mesmo o Fundo Monetário Internacional (FMI), para não ficar só no mercado, tinha elevado de 0,2% para 0,8% a taxa de crescimento. Alta de 300%. (https://investnews.com.br/)
Inflação
Sobre a inflação, de acordo com dados do IBGE, no acumulado de 2022, até maio, a inflação brasileira medida pelo IPCA chega a 4,8%.
Vale dizer que nos últimos 12 meses, a alta acumulada é de 11,7% e o IPCA acumulado nos últimos 12 meses é de 11,73%. Nesse sentido, com a taxa de inflação muito alta, os problemas de distribuição de renda ampliam no país e contribui para a queda do PIB.
Emprego
Em se tratando de empregos, vale dizer que o mês de março de 2022 fechou com a criação de cerca de 130 mil vagas de empregos formais, segundo balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged).
Na verdade, todos os setores da economia tiveram saldo positivo de contratações, com destaque para o de serviços, que criou cerca de 130 mil novas vagas. Conforme dados apresentados pela Agência Brasil, foram três meses consecutivos com um crescimento na criação de novos empregos.
Soja
A Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – fornece os números para maior compreensão.
A título de exemplificação, no mundo todo, a produção de soja foi de 362,947 milhões de toneladas, com 127,842 milhões de hectares de área plantada.
Ainda com esse bom número, o Brasil atingiu o posto de maior produtor mundial do grão, com uma produção de 135,409 milhões de toneladas, em 38,502 milhões de hectares de área plantada.
Observe:
Soja em números (safra 2020/21)
Soja no mundo
- Produção: 362,947 milhões de toneladas
- Área plantada: 127,842 milhões de hectares (Fonte: USDA (08/06/2021)
Soja no Brasil (maior produtor mundial do grão)
- Produção: 135,409 milhões de toneladas
- Área plantada: 38,502 milhões de hectares
- Produtividade: 3.517 kg/ha (Fonte: CONAB (Levantamento de 05/2021) (https://www.embrapa.br/)
Importante verificar que, de acordo com números fornecidos pela Embrapa, a soja é plantada em apenas 4% do território nacional, e o solo do Brasil é dividido em:
- 66% de vegetação nativa, que representa 554 milhões de hectares,
- 235 de pastagens, representando 198 milhões de hectares,
- 4% para urbanização, que representa 38 milhões de hectares, e
- 8% para produção de grãos, em 60 milhões de hectares. Desses 8%, a soja ocupa 3,5%, que equivale a 33 milhões de hectares.
Daí a importância da soja para a economia do país.
Pequeno dicionário de economia
Inflação: trata-se de um processo generalizado de aumento de preços que pode ser em decorrência de um aumento excessivo da demanda ou dos custos de produção junto à redução do valor da moeda. Desse modo, o poder aquisitivo da população cai. Além disso, a inflação é importante, em razão do em efeito em cadeia, ou seja, é o aumento dos preços de todos os itens de forma progressiva e constante.
Commodities: são mercadorias de origem primária, produzidas em larga escala e usadas como matérias-primas por diversos agentes econômicos. São exemplos a soja, o milho, o algodão, a carne, o petróleo, o gás natural, a madeira e a água.
Taxa de Juro variável: trata-se de uma taxa que pode variar ao longo do prazo do empréstimo, ou seja, o valor inicialmente estabelecido para a taxa de juro pode variar ao longo da operação financeira. A taxa de juro variável é também revista, conforme o período na qual é contratada, geralmente, entre 3 a 12 meses.
Índice de Preços ao Consumidor Ampliado – IPCA: medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE que avalia a evolução de preços na cesta de consumo das famílias brasileiras que possuem renda entre 1 a 40 salários mínimos em diversas regiões do Brasil.
Incentivos Fiscais ou benefícios fiscais: são um conjunto de políticas públicas que promovem a redução ou isenção de impostos como meio de estimular o desenvolvimento do país.
PIB: soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, geralmente em um ano. Todos os países calculam o seu PIB nas suas respectivas moedas.
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS: é um fundo criado com a intenção de proteger o trabalhador que for demitido sem justa causa.